Além da água
A
crise hídrica que assola a região sudeste é um problema de alta complexidade e
gravidade que a população em geral
desconhece e acredito que não vão conseguir entender na teoria, só vão
“acreditar” quando abrirem suas torneiras e não sair água, daí vão questionar o
sistema, “mas a conta de água está paga em dia, o que está acontecendo?” Vêm a
resposta: Está acontecendo que não existe o recurso, e este é insubstituível.
Faça a experiência, fique um dia sem beber água, você consegue?
Mas
neste texto quero enfatizar o quanto o recurso hídrico é mal utilizado, talvez
seja pelo motivo de ser um recurso barato, por exemplo, da minha residência o
DMAE cobra menos de R$1,00 por 1.000 litros de água tratada, que também é um
valor aproximado ao cobrado pela SAE (Superintendência de Água e Esgoto –
Ituiutaba) e COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).
Com
a escassez de água o DMAE evidenciou um sensível programa de redução do
desperdício, o Uberdenúncias, com o intuito de receber denúncias de pessoas que
estão utilizando a água de maneira irracional, mas o número, por exemplo só
recebe ligações de telefone fixo. Sem comentários. Outra recomendação na lista
do órgão para economizar água e tomar banho em no máximo 15 minutos, eu
recomendaria no máximo 5 minutos, e mesmo assim que desligassem o chuveiro
enquanto se ensaboam.
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Mas
o grande problema com a escassez hídrica não é somente porque as pessoas lavam
calçadas ou tomam banhos demorados, considero que o maior problema é o uso
irracional de recursos que dependem de água como matéria prima. De acordo com a
SABESP, são necessários: 5,5 lts de água para produzir 1 lt de cerveja, 2.500
lts de água para produzir 1 kg de arroz, 18.000 lts de água para produzir 1 kg
de manteiga, 712,5 lts de água para produzir 1 kg de leite, 5.280 para produzir
1 kg de queijo, 132,5 lts de água, para produzir 1 kg de batata, 17.100 para
produzir 1 kg de carne de boi, 499 lts de água para produzir 1 kg de banana e
3.700 lts de água para produzir 1 kg de frango.
Esses
números são altos e ignorados, vendem-se a ideia que a única forma de gastar
água e pela torneira, mas este entendimento é errado, não só pela torneira, mas
o desperdício pode ocorrer por outras formas de consumo.
É
considerando que nossa região já vivi o caos hídricos, a forma de consumo deve
ser de acordo com os 4 R’s da sustentabilidade: reduzir, reutilizar, reciclar e
recuperar. Essa ação deve ser imediata, em tudo.
É
real o fato que é impossível zero impacto no meio ambiente, portanto medidas
que minimizem ao máximo o uso de recursos e que elevem a eficiência, é
possível.
Assim
como a terra, a água possui sua função social, por isso deve ser utilizada com
responsabilidade e eficiência.
E
como consequências do desabastecimento, industrias podem ser paralisadas,
problemas de saúde poderão ocorrer com maior frequência, além da
obrigatoriedade nas mudanças de hábitos.
Duílio
Júlio Oliveira Santos
Mestre
em Ciências Ambientais
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